Mercados dos EUA caem enquanto investidores aguardam decisão do Fed
Os mercados acionários dos EUA fecharam em queda nesta terça-feira, interrompendo um rali de dois dias. Os investidores adotaram uma postura de espera antes da decisão de política monetária da Reserva Federal e do possível impacto da estratégia comercial da administração Trump.
Expectativas antes da reunião do Fed
Nesta quarta-feira, o Fed divulgará seu mais recente comunicado. Segundo analistas, a taxa de juros deve permanecer inalterada. O banco central também apresentará uma previsão econômica atualizada (SEP), que pode trazer pistas sobre os próximos passos da política monetária.
Atualmente, os mercados precificam um corte de 60 pontos-base ao longo do ano. No entanto, o Fed tem adotado uma postura cautelosa. Diversos dirigentes da instituição alertam que o impacto das tarifas sobre a economia será analisado antes de qualquer decisão.
Principais índices fecham no vermelho
Os principais índices de ações dos EUA sentiram uma pressão significativa:
- O Dow Jones Industrial Average caiu 260,32 pontos (0,62%), fechando em 41.581,31;
- O S&P 500 perdeu 60,46 pontos (1,07%) e caiu para 5.614,66;
- O Nasdaq Composite apresentou o maior declínio, caindo 304,55 pontos (1,71%) para 17.504,12.
Riscos de inflação: crescimento inesperado dos preços de importação
Uma pressão adicional sobre o mercado foi exercida por estatísticas de inflação inesperadas. Em fevereiro, os preços dos produtos importados nos Estados Unidos apresentaram crescimento, o que está associado ao aumento do custo dos bens de consumo. Esse fator pode aumentar as preocupações dos investidores sobre a pressão da inflação e as novas medidas do Fed.
Os mercados continuam a se equilibrar entre as expectativas de cortes nas taxas e os temores sobre o crescimento dos preços, o que torna instável a dinâmica das negociações.
O mercado está tentando se estabilizar, mas a pressão permanece
Após uma queda prolongada — que levou o S&P 500 e o Nasdaq a caírem mais de 10% desde seus recordes recentes —, os índices acionários dos EUA tentam se estabilizar. No entanto, a incerteza ainda prevalece e os investidores seguem cautelosos.
Dow Jones próximo da zona de correção
O Dow Jones Industrial Average está apenas 2% abaixo do nível de correção, sinalizando que as ações das maiores empresas americanas continuam sob forte pressão.
Os papéis de empresas de tecnologia e crescimento foram os mais afetados. O S&P 500 (.IGX) recuou 2,2% no pregão, enquanto o setor de serviços de comunicação (.SPLRCL) esteve entre os destaques negativos, com queda de 2,14%.
Alphabet fecha maior aquisição da sua história, mas ações caem
Grandes aquisições nem sempre agradam os investidores. As ações da Alphabet (GOOGL.O) recuaram 2,2% após a empresa anunciar a compra da Wiz, uma empresa de cibersegurança, por US$ 32 bilhões. Apesar de ser o maior negócio da história da Alphabet, o mercado recebeu a notícia de forma mista, temendo custos excessivos e riscos de integração.
Nvidia recua à medida que mercado avalia declarações do CEO
As ações da Nvidia (NVDA.O), líder no setor de chips de IA, caíram 3,35%. O CEO Jensen Huang tentou tranquilizar os investidores ao afirmar que a empresa está preparada para as mudanças na dinâmica da indústria, principalmente com a transição das empresas da fase de treinamento de modelos de IA para o uso prático dessas tecnologias. No entanto, o mercado reagiu com cautela às declarações.
Tesla despenca com a piora das previsões
A situação é pior para a Tesla (TSLA.O), cujas ações caíram 5,34% depois que os analistas da RBC revisaram para baixo suas previsões para a empresa. A corretora cortou o preço-alvo das ações da montadora de US$ 320 para US$ 120, explicando isso pela diminuição das expectativas em relação às tecnologias de direção autônoma e à participação no mercado de robotáxis.
A capitalização de mercado da Tesla caiu quase 45% ao longo deste ano, o que está aumentando os temores dos investidores quanto a uma queda ainda maior no preço das ações da empresa.
O mercado continua sob pressão
Apesar das tentativas de estabilização, a pressão sobre os índices de ações dos EUA continua. Os investidores estão monitorando de perto os dados econômicos, as notícias corporativas e as decisões do Fed, que podem determinar a dinâmica futura do mercado.
O ouro atinge recordes de alta em meio à instabilidade global
Os preços do ouro atingiram recordes históricos na quarta-feira, já que as crescentes tensões geopolíticas no Oriente Médio e a incerteza comercial tornaram o metal precioso particularmente atraente para os investidores. As expectativas quanto à decisão de política monetária do Federal Reserve dos EUA contribuíram para o suporte.
Ouro atinge novos máximos
Às 04h15 GMT, o ouro à vista era negociado a US$ 3.035,12 por onça, após atingir um recorde histórico de US$ 3.038,90 durante a sessão. Os futuros do ouro nos EUA também avançaram 0,1%, sendo cotados a US$ 3.042,20 por onça.
De acordo com Tim Waterer, estrategista-chefe de mercado da KCM Trade, o ouro reafirmou seu status de porto seguro em meio às incertezas econômicas causadas pelas tarifas comerciais e tensões internacionais.
Fed pode impulsionar ainda mais o ouro
Investidores esperam que, se o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) adotar um tom dovish em seu comunicado, isso poderá oferecer um suporte adicional para os preços do ouro.
"Se o Fed expressar preocupação com o impacto das barreiras comerciais no crescimento econômico, isso pode ser um sinal verde para o ouro subir ainda mais, possivelmente acima de US$ 3.050 por onça", disse Waterer.
Os mercados também estão focados no discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, programado para as 18h30 GMT. Suas declarações podem fornecer pistas sobre a futura política monetária do banco central e, consequentemente, influenciar a dinâmica do ouro.
Outros metais preciosos sob pressão
Apesar do aumento confiante do ouro, outros metais preciosos apresentaram um declínio:
- A prata caiu 0,2%, para US$ 33,97 a onça;
- A platina perdeu 0,4%, caindo para US$ 992,85;
- O paládio caiu 0,1%, chegando a US$ 966,24 a onça.
Os mercados permanecem tensos, aguardando as decisões do Fed e outros desenvolvimentos na economia global, que podem determinar o movimento dos preços dos metais no curto prazo.