Mercados dos EUA fecham instáveis, mas com ganhos após relatórios divergentes
Os mercados acionários dos EUA encerraram a quinta-feira em alta, apesar da volatilidade ao longo do dia, enquanto investidores tentavam interpretar lucros corporativos mistos. O otimismo gerado pelas declarações da Tesla (TSLA.O) ajudou a compensar o impacto negativo da previsão fraca da Microsoft (MSFT.O), sustentando os índices.
Trump ameaça novas tarifas e agita o mercado
Nos minutos finais do pregão, os mercados perderam força temporariamente após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar a possibilidade de tarifas de 25% sobre importações do México e do Canadá—dois dos maiores parceiros comerciais dos EUA.
Trump indicou que a decisão final, que pode incluir restrições ao fornecimento de petróleo desses países, será tomada até o fim do dia. Se aprovadas, as tarifas entrariam em vigor já em 1º de fevereiro, elevando preocupações sobre inflação e crescimento econômico.
Incerteza e volatilidade devem continuar
Especialistas alertam que as decisões do governo em relação a tarifas e impostos podem ter um impacto significativo nos mercados.
"Sem clareza sobre a política fiscal e comercial, será difícil para os investidores encontrarem uma direção sustentável", afirmou Oliver Pursche, vice-presidente sênior da Wealthspire Advisors.
Embora o cenário permaneça incerto, Pursche destacou que a volatilidade deve persistir, mas dentro de uma faixa controlada.
Líderes e Retardatários do Mercado
Apesar das flutuações do mercado, a maioria dos setores do S&P 500 terminou o dia em território positivo. A exceção foi o setor de tecnologia (.SPLRCT), enquanto o setor de serviços de comunicação (.SPLRCL) e o setor financeiro (.SPSY) atingiram máximas históricas.
Um dos principais impulsionadores do crescimento foi a Tesla, cujas ações tiveram um salto de 2,9%. Os investidores foram inspirados pelo anúncio de Elon Musk de planos para lançar veículos elétricos mais acessíveis no primeiro semestre de 2025. Além disso, a empresa está se preparando para testar um serviço de táxi autônomo já em junho. Os planos ambiciosos ofuscaram os resultados trimestrais decepcionantes da Tesla, que ficaram aquém das expectativas dos analistas.
Mercado reage às fracas perspectivas da Microsoft
Os mercados encerraram a sessão de forma mista, refletindo a reação dos investidores aos relatórios de lucros. Enquanto Tesla e Meta impulsionaram os ganhos, a Microsoft (MSFT.O) ficou sob pressão após divulgar uma previsão fraca para seu negócio de computação em nuvem, o que pesou sobre o setor de tecnologia.
Microsoft despenca
As ações da Microsoft (MSFT.O) caíram 6,2% depois que a empresa divulgou uma previsão que decepcionou os investidores. Uma desaceleração nos negócios de nuvem da empresa gerou preocupações em meio à crescente concorrência em inteligência artificial e serviços digitais.
Apesar da forte posição da Microsoft no segmento de nuvem, suas expectativas de crescimento futuro ficaram aquém das estimativas dos analistas, desencadeando uma onda de vendas.
Índices dos EUA encerram no verde
Apesar da pressão do setor de tecnologia, os principais índices de Wall Street fecharam em alta:
- Dow Jones Industrial Average (.DJI): +168,61 pontos (+0,38%), a 44.882,13
- S&P 500 (.SPX): +31,86 pontos (+0,53%), a 6.071,17
- Nasdaq Composite (.IXIC): +49,43 pontos (+0,25%), a 19.681,75
O avanço foi impulsionado por ganhos expressivos de outras grandes empresas.
IBM surpreende e bate recordes
Um dos fatores de crescimento foi o crescimento das ações da Meta (proibidas na Rússia), que subiram 1,6% depois que a empresa superou as expectativas de receita para o quarto trimestre. Entretanto, a administração advertiu que as vendas no trimestre atual poderiam ficar abaixo das expectativas.
A IBM (IBM.N) surpreendeu os investidores com resultados financeiros impressionantes. As ações da empresa subiram 13%, o maior ganho diário desde 1999. O lucro trimestral da IBM foi maior do que o previsto pelos analistas, o que levou a um aumento acentuado no preço de seus títulos.
IA segue no centro das atenções
Os investidores estão de olho nas declarações dos executivos da Microsoft, que seguem defendendo seus investimentos bilionários em inteligência artificial. No entanto, o recente avanço da startup chinesa DeepSeek, que revelou um modelo revolucionário de IA a baixo custo, colocou pressão sobre o setor.
A notícia dos avanços da DeepSeek abalou Wall Street, desencadeando uma onda de vendas em ações ligadas à IA. Ainda assim, as big techs dos EUA permanecem confiantes de que seus investimentos de longo prazo no setor renderão frutos no futuro.
Mercado aguarda dados cruciais de inflação
Nesta sexta-feira, todas as atenções estarão voltadas para a divulgação do Índice de Preços de Despesas de Consumo Pessoal (PCE) de dezembro—um indicador-chave da inflação nos EUA. O resultado pode influenciar diretamente as próximas decisões do Federal Reserve sobre a política de juros.
O mercado já se prepara para alta volatilidade, pois qualquer desvio das previsões pode mudar as expectativas para os rumos da economia e dos mercados financeiros.
Fed mantém juros estáveis, e mercados aguardam novos sinais
Na quarta-feira, o Federal Reserve optou por manter sua taxa básica de juros inalterada, reforçando sua abordagem cautelosa em relação a futuras mudanças na política monetária. O presidente do Fed, Jerome Powell, destacou que novas decisões dependerão de indicadores macroeconômicos, como inflação e mercado de trabalho.
Lucros corporativos superam expectativas?
A temporada de balanços tem sido amplamente positiva para as empresas dos EUA. Segundo dados da LSEG, mais de 70% das empresas do S&P 500 já divulgaram seus resultados do quarto trimestre de 2024, e a maioria superou as projeções dos analistas. Esse otimismo ajudou a compensar preocupações com a política monetária e o crescimento econômico.
No entanto, nem todas as empresas conseguiram agradar o mercado.
UPS decepciona e ações despencam
A gigante da logística United Parcel Service (UPS.N) frustrou investidores ao divulgar uma projeção fraca para 2025, prevendo receita abaixo das expectativas. Como resultado, as ações da UPS despencaram 14,1%, impactando negativamente o Dow Jones Transportation Average (.DJT).
A queda nos lucros e receitas da empresa levantou dúvidas sobre a demanda global por transporte e frete, especialmente em meio à desaceleração das economias chinesa e europeia.
A Apple supera o mercado, mas enfrenta desafios
As ações da Apple (AAPL.O) caíram cerca de 1% nas negociações após o expediente, apesar de superarem as estimativas de lucro trimestral. A reação negativa foi impulsionada pelas fracas vendas do iPhone e pela menor receita na China durante a temporada de férias.
Esse desempenho pode sinalizar que o mercado de smartphones está começando a ficar saturado, além dos efeitos adversos da situação econômica na China, que têm impactado o crescimento das grandes empresas de tecnologia.
Crescimento do mercado de ações domina
Apesar de alguns resultados negativos, o sentimento geral do mercado permaneceu positivo:
- As ações em alta superaram as em baixa na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) na proporção de 4,1 para 1.
- Foram registradas 254 novas altas e 52 novas baixas entre as ações da NYSE.
- A Nasdaq também seguiu uma dinâmica favorável: 2.938 ações apresentaram crescimento, enquanto 1.470 fecharam no vermelho (uma proporção de 2 para 1 a favor do crescimento).
Atividade nas bolsas permanece abaixo da média
O volume de negociação nas bolsas de valores dos EUA alcançou 13,79 bilhões de ações, abaixo da média de 15,4 bilhões nos últimos 20 dias de negociação. Este número reflete uma demanda moderada e cautelosa por parte dos investidores, que continuam avaliando o impacto de fatores econômicos globais, relatórios corporativos e as próximas decisões do Fed.
Os mercados seguem atentos a novos dados sobre inflação e gastos do consumidor nos EUA, que podem influenciar as decisões futuras do Fed e, consequentemente, a trajetória dos índices de ações nas próximas semanas.
Mercados europeus em espera pela decisão sobre tarifas
Na sexta-feira, os mercados acionários europeus entraram em uma fase cautelosa, com os investidores aguardando a decisão final do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre as tarifas de importação para o México e o Canadá. Com apenas um dia restante para o anúncio oficial, os participantes do mercado avaliam o possível impacto da medida sobre a economia global.
Peso mexicano e dólar canadense sob pressão
Com a incerteza persistente, as moedas do México e do Canadá estão mostrando fraqueza, aproximando-se das mínimas semanais. Os investidores estão preocupados com o impacto das novas tarifas dos EUA, que podem pressionar consideravelmente as economias de ambos os países, importantes parceiros comerciais dos EUA.
Enquanto isso, os mercados acionários europeus também seguem cautelosos, com os futuros do EUROSTOXX 50 caindo 0,15% nas negociações asiáticas, indicando um início sombrio para o dia de negociações na Europa.
Iene registra o melhor mês em sete anos
Em meio à incerteza global, o iene japonês emergiu como uma das moedas mais resistentes em janeiro, subindo de forma constante e registrando seu melhor desempenho mensal em sete anos. O principal impulsionador da força do iene continua sendo a expectativa de que o Banco do Japão continuará a apertar a política monetária este ano, apesar de uma tendência global mais ampla de flexibilização das taxas.
Os investidores veem a moeda japonesa como um porto seguro, especialmente porque os EUA e outras grandes economias enfrentam riscos comerciais e geopolíticos.
Trump ameaça com novas tarifas
Na quinta-feira, o presidente dos EUA reiterou sua política comercial rígida, ameaçando impor tarifas de 100% aos países do BRICS. A medida é vista como um alerta contra possíveis movimentos desses países para substituir o dólar americano como moeda de reserva dominante.
Trump também disse que está considerando seriamente a possibilidade de impor novas tarifas à China já no sábado. Se implementadas, essas medidas poderão atingir a economia chinesa e ofuscar as comemorações do Ano Novo Lunar, que é considerado um dos feriados mais importantes do país.
Os mercados globais estão aguardando ansiosamente o fim de semana
Todos esses eventos estão criando uma atmosfera tensa nos mercados financeiros. Os investidores estão aguardando as principais decisões que podem afetar o comércio global, as taxas de câmbio e o crescimento econômico nos próximos meses.
Muitos participantes do mercado preferem adotar uma atitude de esperar para ver, avaliando possíveis cenários para o desenvolvimento de eventos e suas consequências para o comércio global.
Os mercados estão aguardando os principais dados de inflação e decisões regulatórias
Além da incerteza em torno das tarifas comerciais, os mercados globais estarão observando atentamente os números da inflação na Alemanha e na França na sexta-feira. Esses dados preliminares podem afetar o sentimento dos investidores e ajustar as expectativas sobre novas ações do Banco Central Europeu (BCE).
Em meio ao enfraquecimento da economia da zona do euro e ao progresso na luta contra a inflação, o BCE deixou a porta aberta para novos cortes nas taxas de juros na quinta-feira. Isso foi um sinal para os mercados de que a política de flexibilização na Europa ainda não terminou.
Foco na inflação dos EUA: O PCE pode ser um sinal importante
Mais tarde, nesta sexta-feira, será divulgado o índice de preços PCE dos EUA para dezembro, uma medida de inflação que a Reserva Federal usa para orientar suas decisões sobre taxas.
O relatório pode dar aos investidores uma dica sobre a direção futura da política monetária do Fed. Entretanto, a menos que os dados mostrem um declínio significativo na inflação, é provável que o Fed mantenha uma abordagem cautelosa e não se apresse em cortar as taxas de juros.
Os formuladores de políticas do Fed sinalizaram no início desta semana que estão preparados para manter uma estratégia paciente, preferindo avaliar cuidadosamente os indicadores macroeconômicos antes de mudar de rumo.
Bancos centrais em caminhos diferentes
Nas últimas semanas, ficou claro que os principais bancos centrais do mundo estão começando a divergir em suas estratégias.
- O BCE demonstrou disposição para flexibilizar a política monetária em meio a uma economia enfraquecida na zona do euro;
- O Fed está adotando uma abordagem de "esperar para ver" ao avaliar a sustentabilidade da queda da inflação nos EUA;
- O Banco do Japão, por outro lado, está se preparando para aumentar ainda mais as taxas, apesar de uma tendência geral de queda em outros lugares.
Essa divergência nas políticas dos bancos centrais está estabelecendo novos padrões de referência para os mercados globais, criando possíveis interrupções nos fluxos de capital e flutuações cambiais.
Mercados aguardam decisões globais
A semana atual termina em meio a uma série de incertezas:
- Como os mercados reagirão à decisão de Trump sobre as tarifas?
- A inflação dos EUA levará o Fed a considerar cortes nas taxas?
- Os dados econômicos europeus darão suporte ao euro?
Os investidores permanecem no modo "esperar para ver", analisando os indicadores macroeconômicos e se preparando para a volatilidade nos próximos dias.